quarta-feira, 7 de abril de 2010

Eu postulo que a função da arte e de todo pensamento criativo é nos deixar cientes daquilo que conhecemos e não sabemos que conhecemos. Você não consegue contar a alguém algo que ele ainda não saiba. Como aquelas pessoas vivendo na costa marítima na Idade Média, vendo as embarcações chegarem, mastros aparecendo primeiro, ano após ano, e então Galileu os instrui e eles estão prontos para queimá-lo como um intelectual pervertido. Mas eles ficam mais tranqüilos ao longo dos anos e finalmente têm de admitir: “É redonda, rapazes, é redonda, Nós sabíamos o tempo todo”. Cézanne mostrou os objetos ao espectador vistos de certo ângulo, sob uma certa luz e eles atacaram suas telas com guarda-chuvas na primeira exposição. Bem, isso não acontece mais e qualquer criança reconheceria os objetos num quadro de Cézanne. Joyce [James Joyce] fez os leitores ficarem cientes do fluxo de consciência e foi acusado de promulgar um culto à ininteligibilidade.”

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