sexta-feira, 25 de junho de 2010

— o rio. Guimarães Rosa - A Terceira Margem do Rio

Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio. Guimarães Rosa - A Terceira Margem do Rio

Um comentário:

  1. primeiras estórias...
    das primeiras essa é a melhor
    é lindo, é triste.

    "Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!..."

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